quarta-feira, 1 de maio de 2019

(In) Tolerância


A tolerância é um dos aspectos da graça. Ela admite possibilidade de crescimento, sorri em vez de censurar, se curva para ajudar os caídos e estende a mão para oferecer esperança e aceitação.


O livro “Vivendo Provérbios” se baseia em 4 pontos sobre a tolerância:

1. Aceitar os outros é a base para deixá-los em paz.

O primeiro é super importante. Não estamos dizendo aqui que concordamos com nada do que a pessoa pense ou faça, ou qualquer outro ponto. Estamos dizendo que é importante aceitar que cada um tem liberdade para pensar e viver da forma que quiser. Se Deus nos deu essa liberdade e poder de escolher o que quisermos fazer com nossa vida, quem somos nós para ditar regras para qualquer outro indivíduo. Agindo dessa forma, com tolerância a quem é diferente de nós, estamos dando mais liberdade para que Deus, como Deus é, possa agir no coração dessas pessoas. A partir do momento que nós, seres humanos, limitados, com erros igualmente aos outros, nos colocamos como julgadores e ditadores de regras para as pessoas, elas se fecham mais para Deus, não abrem o coração para o que podem receber de Deus. Não podemos ser portas fechadas entre Deus e as pessoas.

“Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês. Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: ‘deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu?” Mateus 7:1-4 

2. Recusar-se a ditar normas aos outros permite que o Senhor tenha liberdade para orientar suas vidas.

Exatamente isso. Temos o direito de demonstrar e expor quais são os princípios que Deus propõe, mas não temos como obrigar ninguém a seguir. Deixar de ditar normas às pessoas permite que Deus, com seu Amor e sutileza que só Ele tem, possa entrar em cada coração e fazer o que for preciso em cada singularidade que existe. As pessoas são diferentes e as regras impostas sem amor não fazem o mesmo efeito em todos, podendo afastar mais as pessoas de Deus do que as aproximar. Quando nos retiramos do caminho entre as pessoas e Deus, no sentido de ditar o que é o certo e o errado, o próprio Deus, sendo Pai de todos nós, fará as correções necessárias em cada coração. Não somos nós que faremos isso.

"Preste atenção, meu filho, quando o Senhor o castiga, e não se desanime quando Ele o repreende. Pois o Senhor corrige quem Ele ama e castiga quem Ele aceita como filho" Hebreus 12:5-6

3. Libertar os outros significa que nunca assumimos uma posição que não somos qualificados a ocupar.

Ter noção de que não somos Deus é muito importante. Somos filhos de Deus e somos pecadores e erramos tanto quanto quem não tem um relacionamento com Deus. A diferença é que quem anda com Deus reconhece seus erros e pode pedir perdão a Deus e tentar sempre melhorar. Não podemos assumir a posição de Deus. Não temos o poder de mudar ninguém e não é com nossa própria força. Nós fazemos a nossa parte expondo e testemunhando, mas só quem consegue chegar ao mais profundo do coração é Deus. Por isso, não tente assumir o papel de Deus. Seja tolerante para que Deus possa ser Deus na vida das pessoas.

“O orgulho do homem o humilha, mas o de espírito humilde obtém honra.” Provérbios 29:23

“Eis que Estou à porta e bato. Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa, e nós jantaremos juntos.” Apocalipse 3:20

4. Amar os outros exige que expressemos a nossa liberdade com sensatez.

A nossa liberdade precisa ser vivida com sensatez, com responsabilidade. Não podemos nos achar melhores, superiores, mais santos do que ninguém. A liberdade que Deus nos dá é a mesma que dá a todos. A salvação que Deus nos dá é a mesma que dá a todos. Somos todos iguais, pecadores. Todos temos o direito de conhecer o Amor de Deus. Não deixe que sua intolerância afaste as pessoas de Deus. Deixe que Deus se revele às pessoas assim como se revelou a você. Para isso, apenas ame as pessoas, não as julgue. Quando agimos dessa forma, Deus tem como entrar no coração e mudar a vida de muitos.

“Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” 1 João 4:7-8

“Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados.” 1 Pedro 4:8


Intolerância: aperta as correntes de culpa. O coração do intolerante é inflexível, impenetrável, crítico. A falta de tolerância é sutil. Ao invés de libertar, o intolerante justifica sua incapacidade de ajudar (justifica sua incapacidade da forma como o versículo de Pv 24:11-12 mostra: “não fuja da responsabilidade dizendo que não sabia do caso”).

O intolerante não ajuda, não dá suporte, mas critica, aponta falhas. É o contrário do que Deus quer que sejamos, porque essas atitudes aprisionam as pessoas ainda mais, não as deixam livres para viver e sentir o poder de Deus em suas vidas. Nós já somos aprisionados ao pecado devido à queda (pecado de Adão e Eva). Não precisamos aprisionar ainda mais nossos semelhantes. Precisamos amar o próximo como a nós mesmos. Ninguém quer ser julgado e rebaixado, aprisionado.

Deixo aqui algumas perguntas para sua reflexão:

1. Como você já vivenciou uma situação de intolerância? Você foi vítima, praticou ou foi testemunha de algum caso? Como se sentiu?
2. Como você acha que poderia resolver essa situação?
3. Você se vê como intolerante?
4. A intolerância é uma de suas barreiras?

Após ter lido essa reflexão e pensado nas perguntas acima, se você se reconheceu como intolerante, não se sinta mal nem desanime, todos nós somos intolerantes em algum ponto. Somos porque somos pecadores e ninguém é perfeito. A intolerância é uma demonstração da nossa vontade de sermos superiores, isso por conta da nossa natureza de pecado.

A tolerância é um aspecto da graça e, por isso, Ela vem de Deus para nós. Deus nos ajuda a sermos mais tolerantes quando estamos num relacionamento com Ele. Aprendemos a ser tolerantes.

Se reconhecer é o primeiro passo para entender que Deus pode agir e te ajudar a mudar. Por isso, agora, ore a Deus e peça perdão por ser intolerante e por agir de forma que agrida outra pessoa de alguma forma. Peça a Deus que te ajude a ser mais empático, mais compassivo.

Ser menos intolerante é um exercício diário. Sempre que você se perceber numa situação em que esteja sendo intolerante, pare e pense em como mudar isso: pedindo perdão, mudando sua forma de pensar, tentando conversar; você sabe em que ponto você é mais fraco. Ore e peça a Deus que te ajude a mudar. Ele está super disposto a te ajudar.

Trechos retirados e mensagem baseada no livro “Vivendo Provérbios” de Charles R. Swindoll.

Deus te abençoe
Stéphanie Elise